15/08/2012 09h57 - Atualizado em 15/08/2012 11h57
Borboleta sofre deformidades após acidente nuclear no
Japão, diz estudo
Radiação em Fukushima causou malformações em espécie da
região.
Insetos são um bom indicador dos efeitos do vazamento sobre seres vivos.
Do Globo Natureza, em São Paulo
O acidente na usina nuclear de Fukushima, no Japão, que
começou um dia após um terremoto de 9 graus de magnitude e um tsunami em 11 de
março do ano passado, pode ter causado deformidades em uma espécie de borboleta
da região.
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Um estudo sobre o tema, conduzido pela Universidade de Ryukyus,
arquipélago situado na província de Okinawa, no sul do país, foi publicado
agora na revista "Scientific Reports". Quem liderou a equipe foi o
professor Atsuki Hiyama.
Esses animais são um bom indicador dos efeitos da radiação,
pois têm um organismo bastante sensível às mudanças ambientais.
Imagens indicam deformidades nos insetos (Foto: Universidade
de Ryukyus/Scientific Reports/Divulgação)
Adultos e larvas da espécie Zizeeria maha foram
coletados entre maio e setembro do ano passado, poucos meses após o vazamento
de três reatores da usina.
Em maio, 12% dos espécimes já apresentavam anormalidades
relativamente brandas – que se mostraram piores quatro meses depois. Isso pode
ter sido provocado tanto por fatores externos quanto internos, como a ingestão
de alimentos contaminados.
Radiação gerou anomalias em borboletas (Foto: Universidade
de Ryukyus/Scientific Reports/Divulgação)
Ao longo do estudo, os pesquisadores encontraram nos insetos
atrofias e assimetrias nas asas, malformações nos olhos e antenas com pontas
duplas. As anormalidades também foram reproduzidas experimentalmente em
indivíduos de uma área não atingida pelo vazamento.
Os cientistas ainda fizeram cruzamentos da espécie em
laboratório e viram que as aberrações biológicas ficaram mais graves após
algumas gerações.
Cientistas coletaram insetos de maio a setembro de 2011
(Foto: Masaki Iwata/Universidade do Ryukyus/AP)
Os impactos da exposição à radiação sobre a saúde dos
moradores de Fukushima ainda são incertos, mas as alterações genéticas e
fisiológicas nessas borboletas já são um indício do tamanho do problema causado
pelo colapso da usina.
Segundo os pesquisadores, o acidente de 2011 pode, a longo
prazo, destruir ecossistemas e acarretar doenças crônicas.
Asas e olhos de espécie de borboleta sofreram alterações
(Foto: Chiyo Nohara/Universidade do Ryukyus/AP)
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