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domingo, 2 de dezembro de 2012




Oceanos estão subindo mais rapidamente do que o estimado, áreas baixas são ameaçadas - estudo

28/11/2012   -   Autor: Alister Doyle   -   Fonte: Reuters




O nível dos oceanos está aumentando 60% mais rapidamente do que as projeções da ONU, ameaçando áreas baixas de Miami às Maldivas, disse um estudo na quarta-feira.

O relatório, lançado durante as negociações da ONU no Catar para o combate às mudanças climáticas, também afirmou que as temperaturas ficaram muito altas, de acordo com os cenários da ONU, diminuindo as esperanças de que as estimativas fossem exageradas.
“O aquecimento global não diminuiu, [nem está] ficando atrás das projeções”, declarou Stefan Rahmstorf, principal autor do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, que comparou as projeções da ONU ao que realmente aconteceu do começo dos anos 1990 até 2011.
O estudo mostrou que o nível do mar tem aumentado em 3,2 mm por ano de acordo com dados de satélite, 60% mais rapidamente do que o aumento anual de 2 mm projetado pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) para esse período.
“Isso sugere que as projeções do nível do mar do IPCC para o futuro também podem estar tendendo para baixo”, escreveram os autores da Alemanha , França e Estados Unidos no periódico Environmental Research Letters.
Antártica
O último relatório do IPCC em 2007 dizia que o mar poderia subir entre 18 e 59 cm neste século, não contando uma possível aceleração do derretimento da Groenlândia e dos lençóis de gelo antártico, que poderiam adicionar mais água aos oceanos.
No último século, o mar subiu cerca de 17 cm.
Rahmstorf comentou à Reuters que sua melhor estimativa para o aumento do nível do mar ficava entre 50 cm e um metro neste século, possivelmente mais se as emissões de gases do efeito estufa aumentassem. Temperaturas mais altas derreteriam mais gelo da terra e expandiriam a água nos oceanos.
Isso faria com que as regiões baixas – dos estados insulares do Pacífico e Bangladesh à Tóquio e Nova York – enfrentassem um risco maior de tempestades, erosão e, em um cenário pior, a inundação completa pela água de enchentes.
O IPCC foi criticado após ter que corrigir partes de seu relatório de 2007 que exageravam a taxa de derretimento das geleiras do Himalaia e afirmavam que elas poderiam desaparecer até 2035.
Céticos de que as emissões de gases do efeito estufa antropogênicas estão estimulando as mudanças climáticas também questionam se o aquecimento parou. Eles observam que 1998, 2005 e 2010 são vistos como os anos mais quentes desde que os recordes começaram, na metade do século XIX.
Mas o estudo mostra que o aquecimento em geral estava de acordo com as projeções do IPCC, com um ganho de 0,16 graus Celsius por década de 1990 a 2011, depois da correção de variações naturais causadas por erupções vulcânicas e eventos como o El Niño, que esquenta o Pacífico.
Quase 200 nações estão se reunindo em Doha de 26 de novembro a sete de dezembro como parte de esforços para trabalhar por um acordo da ONU para reduzir as emissões globais de gases do efeito estufa a partir de 2020.
“A menos que reduzamos nossa poluição de carbono rapidamente, esse estudo mostra claramente que estamos caminhando para um mundo de pesadelo no final das previsões do IPCC”, declarou o professor Mark Maslin, da Universidade College em Londres.
O IPCC diz que o aumento das temperaturas poderia causar mais enchentes, secas, ondas de calor, deslizamentos de terra e desertificação, que afetariam a oferta de água e alimentos para uma população mundial crescente.
“Os autores ressaltaram o que muitos de nós pensamos por algum tempo – que o IPCC está longe de ser alarmista em suas projeções”, disse o professor Sir Brian Hoskins, diretor do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas do Imperial College em Londres.
Traduzido por Jéssica Lipinski


Estudo diz que Groenlândia perde 200 bilhões de toneladas por ano

Perda de massa é resultado de derretimento por mudança climática.
Dados foram obtidos por satélites entre abril de 2002 e agosto de 2011.




O território da Groenlândia perdeu quase 200 bilhões de toneladas de massa por ano entre abril de 2002 e agosto de 2011, segundo dados captados pelos satélites Gravity Recovery and Climate Experiment (Grace), uma parceria entre a agência espacial americana (Nasa) e o Centro Aeroespacial Alemão.
A pesquisa de Christopher Harig e Simons Frederik, do Departamento de Geociências da Universidade de Princeton, nos EUA, está publicada na edição desta segunda-feira (19) da revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).
Essa intensa perda de área na Groenlândia é resultado do aquecimento global e do derretimento das calotas polares. Entre os anos de 2003 e 2004, a redução de massa se concentrou na costa leste da região, que pertence à Dinamarca. Ao longo dos dois anos seguintes, a diminuição ficou menor no nordeste e se intensificou no sudeste.
Degelo na Groenlândia pode não impactar tanto a elevação do nível do mar, afirmam cientistas (Foto: Divulgação/Ian Joughin/Science) 
Degelo na Groenlândia foi observado por satélites ao longo de 8 anos e 4 meses (Foto: Ian Joughin/Science)

Entre 2007 e 2010, o derretimento foi mais acelerado na costa noroeste. E, após 2008, a perda de massa no sudeste se reduziu. No centro do território, porém, a área de gelo aumentou continuamente durante a década.
Os autores extraíram essas informações usando apenas medições de gravidade terrestre dos satélites, e acreditam que o método também possa servir, no futuro, para análise da Lua e de sistemas planetários.